sexta-feira, 8 de abril de 2011

"...No meio do caminho havia um cachorro."

Em Junho do ano 2000 fui convidado para participar de um Duathlon de revezamento na AQUACENTER.
Fiz uma dupla com meu compadre Adriano. Ele fez a parte da natação com um tempo excelente e eu tinha a obrigação de correr bem.
Na semana da prova treinei no percurso da corrida que era de apenas 2Km, ou seja, seria um tiro!
Assim que o Adriano saiu da piscina e me passou a pulseira eu saí acelerando. Acontece que o percurso começava com uma descida. Foi aí que uma moça abriu o portão de sua casa e para minha surpresa um cachorro saiu em minha direção. Qaundo vi aquele monstrinho vindo pronto para me morder decidi chutá-lo. O problema é que eu estava tão rápido que perdi o equilíbrio e rolei pela rua atracado ao cachorro. Consegui  me levantar e continuar cruzei a linha de chegada sob olhares curiosos, afinal eu estava todo arranhado e com parte do short e da camiseta rasgados.
Vencemos a prova e após a premiação fui até a casa do cachorro para saber se ele estava bem. E lá estava ele quietinho, deitado, bem calminho.

terça-feira, 29 de março de 2011

O CÉREBRO E AS MÃOS

Em 1995 comecei uma parceria com a pessoa mais criativa que já tive a oportunidade de trabalhar: Seu nome é CARLOS EDUARDO GUERREIRO VIANNA. Edu ou Dudu, como era conhecido, sempre trazia uma ideia nova para motivar nossos alunos e eu  sempre dava um jeito de coloca-las em prática.
Em pouco tempo montamos uma equipe de competição e organizamos diversos eventos esportivos e recreativos também.
Estas provas de reality shows que vemos hoje em dia não são nada perto das nossas. Eu brincava dizendo que “O Edu era o cérebro e eu os braços” da nossa equipe.
Nossa ultima criação foi o triatlo indoor que até hoje faz sucesso nas academias.
Infelizmente logo depois que eu saí da academia, em 2001, meu “amigo cérebro”  começou a ter problemas motores e acabou recebendo o diagnóstico de “ELA” (Esclerose Lateral Amiotrópica), uma doença degenerativa que aos poucos lhe tirou todos os movimentos. Hoje, quase dez anos depois ele respira com a ajuda de uma máquina, não fala mas consegue se comunicar com a ajuda de um computador e sobrevive graças ao bom  Deus e ao imenso amor de sua esposa Isabella, uma das mulheres mais fortes, pacientes e dedicadas que eu conheço.
Confesso que nos últimos tempos tenho  visitado os muito pouco mas em minhas orações eles  são figurinhas carimbadas.
Edu faz justiça ao nome que recebeu: GUERREIRO.

terça-feira, 15 de março de 2011

DO OUTRO LADO...

Em 1995 resolvi organizar uma competição de Duathlon Aquático.
As distâncias foram 500m de natação e 3,0Km de corrida.
Com a ajuda de um aluno consegui o apoio de uma concessionária da VW a PRIMO ROSSI que bancou as camisetas e com o dinheiro das inscrições compramos as medalhas, frutas e água.
A organização não falhou, pois a equipe de professores era muito competente e todos fizeram sua parte.
Vieram muitos atletas até de outras cidades e ao final o vencedor foi um atleta de Campinas famoso na época, Maurício Ninomiya, que ja era profissional. Com isso a academia acabou atraindo a atenção de muitas pessoas que treinavam em outros lugares e acabaram migrando para lá. Com isso acabamos montando um grande time de natação com atletas de várias idades.
Foi nesta prova também que conheci um garoto de 12 anos que mais tarde se tornaria um dos maiores talentos que já vi. Seu nome era Marcos Crispim. Ele morava em Mairiporã e em poucos anos se tornou ídolo na sua cidade, mas infelizmente acabou tendo sua carreira interrompida por um acidente de trânsito.
Em setembro deste mesmo ano realizamos o II Duathlon que foi melhor ainda. Nesta edição conheci algumas pessoas geniais que acabaram se tornando meus grandes amigos e companheiros de competição até os dias de hoje.
Quando decidimos organizar esta prova, decidimos que o dinheiro arrecadado e que não fosse usado seria distribuído igualmente entre todos os profissionais que trabalharam na organização, mas ao final a direção da academia mudou as regras e decidiu investir o dinheiro em equipamentos. Perdi a motivação e nunca mais fizemos o duathlon da pH5 fitness.
Alguns anos depois realizamos o primeiro Triathlon indoor, mas esta é uma história que eu não posso contar sem antes falar do meu grande parceiro EDUARDO GUERREIRO VIANNA. Farei isso em outra oportunidade.

quinta-feira, 10 de março de 2011

PAUSA PARA RESPIRAR

Hoje resolvi fazer um intervalo em minhas histórias para falar da respiração.
Afinal este é o primeiro ato de nossas vidas, nossa primeira alimentação. E deveria ser tratada com mais respeito pelas pessoas.
Durante minha carreira de professor de natação, minha maior dificuldade era ensinar a respiração pois é impossível mensurar a quantidade certa de ar para cada indivíduo.
Com os anos percebi que isto acontece em tudo na vida. As pessoas não fazem ideia da importância do oxigênio para a vida pois ele é a matéria prima de todos os tecidos que formam o corpo.
Apesar de aparentemente ser um movimento natural, eu percebo que a maioria das pessoas, quando executam qualquer atividade física sofrem com uma respiração rápida, forçada e ofegante e acabam ingerindo muito menos oxigênio do que poderiam.
Com os orientais aprendemos que é necessário explorar a maior parte dos pulmões, porque normalmente usamos apenas 10% de nossa capacidade respiratória. E já que não usamos, essa grande parte " inútil "  se transforma em um paraíso para vírus e bactérias ou pior ainda, para a maldita fumaça do cigarro.
Por isso é necessário ter calma para se executar atividades de longa duração. Primeiro deve-se começar pela caminhada e com o passar do tempo ir progredindo gradativamente rumo a corrida. E se depois de muito  tempo você não conseguir correr em um ritmo forte, relaxe! Lembre-se de que você não faz parte da elite que costuma receber salário para competir. Você faz parte da imensa maioria de pessoas que treina para ter uma vida mais longa e saudável.  E para viver bem lembre-se do seu primeiro momento neste mundo e RESPIRE!!!

segunda-feira, 7 de março de 2011

O Primeiro troféu

No início de 1995 mudei de emprego. Passei a trabalhar na academia pH5 e ao pedir apoio para participar de uma competição  não fui levado a sério. Pronto! Era o desafio. 
Peguei meu fusca e me mandei sozinho para a cidade de Mogi Mirim, no interior de S. Paulo.
Como eu não conhecia nada, fui na sexta feira a noite e acabei dormindo na porta do clube, dentro do fusca é claro.
Mesmo com o corpo todo dolorido acabei conseguindo o terceiro lugar e meu primeiro troféu, que fiz questão de jogar na mesa da chefe.
Até então eu era o único "maluco" da academia que acreditava neste tipo de esporte, mas à partir daí as coisas começaram a mudar.

DUATHLON AQUÁTICO

No final de 1994 finalmente resolvi ceder aos apelos do meu chefe e resolvi participar das competições de Duathlon Aquático. E como esta modalidade é formada apenas pelas etapas de natação e corrida eu não sofria com a diferença de equipamento, no caso a bicicleta, que acontecia no triathlon.
Minha primeira prova aconteceu exatamente em Mogi em uma prova realizada pela Academia da UMC. Fiz uma boa natação e quando saí da piscina fui informado pelos staffs que estava em terceiro lugar. Fiz uma ótima corrida de recuperação e acabei a bateria em primeiro lugar.
O problema foi a falta de experiência, pois a corrida era realizada em duas voltas de 1,5km cada uma e ainda na primeira volta assumi o primeiro lugar e acabei  relaxando um pouco na segunda volta.
No final perdi o primeiro lugar por 19 segundos, mas acabei em terceiro lugar, conseguindo minha primeira medalha.

sábado, 5 de março de 2011

TROFÉU BRASIL

Em 1993 conheci uma competição que estava virando tradição: Era o Troféu Brasil de Triathlon. Foi lá que conheci meus grandes ídolos neste esporte FERNANDA KELLER, LEANDRO MACEDO e depois o mais incrível ciclista que ja vi OSCAR GALINDEZ.
Mais uma vez as chances de me dar bem eram mínimas, afinal meus equipamentos pareciam ridículos se comparados aos dos outros competidores.
Enquanto a maioria dos atletas usavam bicicletas leves de corrida do tipo SPEED com quadros aerodinâmicos feitos de Cromo ou de alumínio eu usava uma montain bike toda de ferro pesadíssima. Meu capacete era de isopor com uma capa de pano.
Na primeira participação até que fui bem, pois entre os mais de mil inscritos acabei chegando entre os 500 primeiros colocados.
Mas o grande problema era a bicicleta que além ser péssima para o tipo de competição ainda não cabia no cavalete que era preparado para bicicletas de pneus fininhos de competição e então a organização destinava um lugar horrível para a turma das montains.
Nunca me dei bem nesta competição, mas acredito que foi onde eu mais aprendi e conheci pessoas.

terça-feira, 1 de março de 2011

Um sonho possível !

No verão de 1992 eu estava passeando na Praia da Enseada no Guarujá e vi um bando de pessoas correndo. Descobri que se tratava da primeira etapa da Copa Pao de Açúcar de triathlon e ao saber das distâncias que aquelas pessoas estavam percorrendo fiquei impressionado pois eram 750m de natação/20km de ciclismo/corrida.
Como aquilo me parecia algo impossível, conversei com dois alunos da academia em que eu trabalhava como estagiário e nos escrevemos na categoria revezamento, ou seja, cada um faria uma parte do percurso e eu fiquei com a parte da natação.
A Natação foi na praia da Enseada. O mar estava agitado e quando eu estava voltando para a praia veio uma onda muito forte. Até aí tudo bem, mas o problema é que no meio dela veio uma mulher. A "doida" deve ter se assustado e se agarrou em mim, arrancou meu óculos e minha touca.
No ciclismo o pneu da bicicleta furou e fizemos o pior tempo do dia.
A corrida até que foi boa mas acabamos ficando em último lugar.
Desistir? Jamais! Decidi que da próxima vez faria tudo sozinho.
Fernando Vaz Pereira, meu coordenador me aconselhou a participar primeiro em provas de duathlon que uniam natação e corrida. Não dei ouvidos e passei um mês treinando para a ultima etapa. Completei a prova e não fiquei em utlimo lugar.
Percebi aí que o sonho não era impossível. Foi aí que começou um longa história... que eu conto depois.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

20 ANOS DEPOIS...

Olá amigos,
"O seu corpo é a casa do seu espírito".
Esta frase marcou a minha vida.
Foi em 1991 na Faculdade de Ed. Física em Mogi das Cruzes.
Eu tinha acabado de fazer uma revolução em minha vida:
Alguns dias antes eu estava  em minha mesa em um escritório na Avenida Paulista. Trabalhava no 13º andar e sempre evitei chegar perto da janela pois morro de medo de altura.
Mas naquele dia meu anjo da guarda me empurrou para perto daquela janela e de lá pude ver um grupo de alunos jogando volei em um colégio que fica ao lado do Shopping Paulista.
Não deu outra: Abandonei minha carreira de contabilista e desisti  de ser advogado. Prestei vestibular para educação física e pouco tempo depois lá estava eu em meu primeiro dia de aula.
E uma das primeiras frases que ouvi  foi esta.